domingo, setembro 03, 2006

AS TRAPALHADAS DO COSTAPOLIS



A notícia de hoje do correio da manhã intitulada Polis à bruta na Caparica, revela a barafunda que é este programa na Caparica, "o maior do género do País ao abranger uma área de 650 hectares e um investimento directo de 85 milhões de euros."

Após 1001 desventuras para finalmente se começarem as obras, continua a polémica no primeiro Plano de Pormenor a ser iniciado - Jardim Urbano (Mata de Santo António).

"Maria José Silva e José Duarte residem no parque, onde exploram uma espécie de quinta pedagógica, muito ao gosto dos mais novos. O casal corre o risco de ficar ‘entaipado’, ou seja, dentro do estaleiro da obra. “Recebemos uma carta da Junta de Freguesia da Costa de Caparica a informar-nos que devíamos sair daqui no prazo de 30 dias. Mas sair daqui para onde? E como podem 30 dias, prazo que nem sequer foi esgotado, bastar para tirar tudo o que aqui temos e os animais?” É o que pergunta Maria José, de 51 anos, que ali trabalha há oito.

“Eu não sou contra o Polis. É claro que a Costa precisa de modernizar-se, mas eu preciso de um sítio onde possa continuar a trabalhar.” Foi o que Maria José disse a Maria Emília Sousa, presidente da Câmara de Almada, que lhe respondeu ser aquele um problema a resolver pela Junta de Freguesia da Costa de Caparica, proprietária do terreno. O presidente da Junta, António Neves, garante não dispor esta de qualquer área para cedência, remetendo a solução do problema para a CostaPolis, que diz não ser competência sua realojar, mas apenas construir."


Então o que temos aqui é um contrato de arrendamento que cessará com vista ao novo projecto para a Mata de Santo António. Não sendo jurista, não vejo em que medida 8 anos de arrendamento possam dar direito a realojamento ou transladação da Quinta para outro sítio qualquer às custas do herário público. No entanto, o que salta à vista neste caso é a completa ausência de diálogo entre Costa Polis, Junta de Freguesia e Câmara Municipal de Almada, numa autêntica birra de crianças onde se delegam responsabilidades uns aos outros. Contudo, este caso mostra muito mais que isto. Mostra o que está para vir com os complexíssimos casos existentes nos restantes Planos de Pormenor, e que irão decerto fazer correr muita tinta..

Quanto às obras propriamente ditas, foram paradas porque aparentemente "não existia qualquer aviso acerca do encerramento" do Parque Urbano da Mata de Santo António/ Ninho. Mais uma vez o CostaPolis parado, mais uma vez exibida a incompetência de quem é responsável pelo Programa.

Orçamentado em 85 milhões de euros, chegamos ao final do prazo e apenas temos um painel completamente enferrujado numa rotunda a indicar quanto tempo falta para terminar. Já terminou, e não se viu rigorosamente nada. Muita parra e pouca ou nenhuma uva.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

'No entanto, o que salta à vista neste caso é a completa ausência de diálogo entre Costa Polis, Junta de Freguesia e Câmara Municipal de Almada, numa autêntica birra de crianças onde se delegam responsabilidades uns aos outros.'

Este é o problema fundamental das autarquias portuguesas, não existe concordancia nem debate em nada, é tudo a atirar ao ar a ver se cola ao tecto...

E mais ainda quando o problema são as quizilias partidárias, pois uma camara comunista como almada é pouco provável que aceite de bom grado uma freguesia democrata como a costa... como se isso em termos locais tivesse alguma importancia.

O polis é mais uma desculpa do governo para não se responsabilizar por nada, as autarquias com a corda na garganta e o governo a decartar-se da melhor maneira possivel.

Continuamos à espera que uma regionalização venha equilibrar isto, mas se depender do governo e autarquias isso nunca acontecerá.

2:47 da tarde  
Blogger Ponto Verde said...

A Birra é a de sempre, entre uma Câmara Comunista e uma Junta que o não é, mas haverá maior birra!!!

9:02 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

No que escreveste so nao concordo com o teu ponto de vista sobre o realojamento do casal. Se eles tem um negocio legal e sao expropriados do seu negocio & terreno, eles tem mais que direito a exigir um novo sitio para fazer negocio, ou pelo menos uma boa indemnizacao. Tal como os donos dos restaurantes da Feira popular ha uns anos atras, por exemplo.\

Andre Vasconcelos

1:57 da tarde  

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