POLIS: O REALOJAMENTO NA MATA DE SANTO ANTÓNIO
Após algum tempo sem me debruçar sobre o assunto, volto a falar acerca do CostaPolis.
Finalmente se vê alguma luz ao fundo do túnel para este projecto que, por esta altura, já deveria estar concluído. Demolido o bairro de lata da Mata de Santo António (apesar de surgir outro do mesmo género a escassas centenas de metros (CLIQUE)), procede-se actualmente à expulsão dos últimos resistentes deste local. O parque dos baloiços/quinta pedagógica é o que falta e, para não variar, foi acompanhado de alguma resistência por parte dos seus donos que exigem "realojamento", o qual obviamente não será dado num espaço arrendado à Junta há apenas 8 anos.
Adiante, em relação ao Polis o que mais intriga os caparicanos é o realojamento dos habitantes das barracas ali anteriormente existentes. E aqui temos duas situações: o Senhor Presidente da Junta pretende que habitem ali jovens casais da Costa, resta saber em que moldes, apesar de me parecer uma ideia algo rebuscada e, até ver, apenas uma ideia. A Câmara Municipal de Almada, essa está decidida - 144 fogos junto à praia e com todas as mais valias inerentes ao Polis, aos pobres habitantes que ali construíram a sua barraquinha quebrando todas as leis e direitos. O crime compensa.
De acordo com a notícia hoje saída no JN (CLIQUE) , os elementos da Comissão de Amigos e Moradores da Mata de Santo António estão "receosos que a Câmara de Almada utilize este início de obras como pretexto para avançar com a construção da habitação social".
Rui Jorge Martins, vereador da Habitação Social na autarquia, esclarece que "os 144 fogos, que correspondem ao levantamento feito no âmbito do Plano Especial de Realojamento, são uma intervenção mais complexa que envolve a Câmara e o Instituto Nacional de Habitação". O processo está no início, diz, recusando-se a avançar datas para o início da construção.
No site do CostaPolis, adianta-se o seguinte: "A estratégia de intervenção inclui uma sequência de realojamento das famílias residentes no local, o que irá permitir a limpeza e reconstrução da área de intervenção, nomeadamente o realojamento através do P.E.R/C.M.Almada da área de habitação expontânea localizada dentro da área de intervenção do Plano de Pormenor."
Por enquanto só avançarão as obras do Jardim Urbano, ficando adiada a construção dos fogos destinados ao imbecil realojamento a quem não de direito. Esperemos que a ideia se perca, e se destine toda aquela área a equipamentos de lazer e espaços verdes, do qual a Costa se apresenta depauperada.
Bairros Sociais à beira-mar numa cidade que se quer turística ? Eu digo Não.
posted by Caparicano at 3:39 da manhã
1 Comments:
Um post excelente que põe o dedo na ferida em várias situações sobre as quais é dificíl abordar de forma "politicamente correcta", pois há o mito que: sendo a habitação um direito constitucionalmente consagrado, a habitação social é a realização dessa premissa... a todo o custo e sem contestação.
Não é assim que o entendo como já foi abordado no caso da Flor da Mata - Pinhal dos Frades. Este caso da Mata de Santo António é mais uma aberração.
Agora como os "Realojamentos" deixaram de ser bem aceites, as autarquias entraram na moda da "habitação para jovens casais"...onde cabe tudo... até bairros estratégicamente colocados com a finalidade única de engenharia eleitoral... é só pôr gente do Partido em determinada zona em que o partido está mal cotado para equilibrar as contas...
Depois temos o problema de génese não só económica mas também cultural que são os abarracamentos espontâneos...
Temos também o facto concreto de não haver falta de habitação construída e por outro lado de as autarquias não enveredarem como deviam para a requalificação urbana e reconstrução dos centros mais antigos e decadentes onde aí sim faria sentido fixar "jovens casais", mas mais que um acto social .
Não temo em afirmar que a Habitação social se tornou uma industria dentro da construção civíl, uma Indústria e uma Máfia (basta avaliar os interesses, os métodos e as empresas escolhidas, quase sempre as mesmas, o facto de se estar a permitir urbanizar onde não seria suposto)...para ver que não é só politicamente incorrecto o que afirmo, é também uma grande Hipocrisia por parte das autarquias...
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