domingo, dezembro 10, 2006

DEPOIS DE PRAIA "ROUBADA", TRANCAS À PORTA


Depois da tragédia, comecem-se as obras. Aqui está um caso paradigmático da mentalidade governativa nacional, regional e local vigente em Portugal.

Após um recuo impressionante das dunas existentes num local onde estas já eram escassas, caíu o país mediático na realidade de uma cidade praticamente sem praias e em perigo real de inundação. Com as televisões e jornais, todo um país focou por uma semana um problema ao qual os governantes amavelmente explicavam em prime time o nada que tinha sido feito até agora. Espera-se esta 2ªfeira (11/12) a visita dos Exmos. Ministro do Ambiente Francisco Correia Nunes, o secretário de Estado do Ordenamento do Território, João Ferrão, e a governadora civil de Setúbal, Teresa Almeida.
A entidade responsável e (in) competente para lidar com esta questão dá pelo nome de INAG - Instituto da Água. Após 2 anos de obras de cosmética, onde o paredão foi embelezado e aparentemente reforçado, tudo continua na mesma. Com uma excepção, o esporão da Cova do Vapor foi aumentado, aumentando também o poder erosivo a jusante, ou seja, nas Praias de São João da Caparica.

Para acrescentar à falta de visão dos técnicos e engenheiros desta entidade, apregoa-se como a cereja no topo do bolo de mais de 8 milhões de Euros gastos em obras, a recarga artifical das praias com areia retirada de outros locais. Para quem é adepto deste tipo de solução, veja-se o que aconteceu à duna em frente ao INATEL em apenas 3 dias: um recuo de 30 metros !
Agora, em cima do joelho e com as câmeras de TV a filmar, lá vem uma escavadora tirar areia da praia e colocá-la uns metros mais atrás. Mau demais para ser verdade. Enquanto o INAG não analisar a questão tendo em conta múltiplos factores, não encontrará uma solução viável para o avanço do Mar na Costa de Caparica. Espero sinceramente que a presença do Ministro e Secretário de Estado abra os olhos do país e dos vários governantes para a problemática.
Já nem se trata das praias e de um potencial turístico destruídos. Trata-se da sobrevivência de uma cidade.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Há 30 anos que Costa da Caparica e suas praias estão-se degradando e afundando pela mão de uma sociedade anonimammente irresponsável: Governos sucessivos-Câmara Municipal de Almada.
As populações que tratem de arranjar flutuadores sociais para sobreviverem neste pântano de incompetência e de degradação ambiental.
Atentem no modo como os supostos responsáveis pela situação, passados e presentes, tentam manter-se "à superfície" do manjar!
Mais pontapé menos pontapé na bola, cantando e rindo vamos sendo levados por debitantes de palavras que o vento forte e a ondulação costeira, todos anos leva, razão pela qual nenhum deles se sente responsável pelo que vai acontecendo ciclicamente.
È a vida...é o destino... é a miséria...o conformismo...a resignação das populações.
É sobretudo a incompetência de alguns que usurpam o que não deveriam usurpar.

12:47 da manhã  
Blogger Caparicano said...

Amigo anónimo, qualquer plataforma cívica que sirva de pressão à acção dos nossos (des)governantes será benvinda.

Mas não é a acção de uma pessoa que a irá criar. Será a convergência de pensamento de várias pessoas que se preocupam. No futuro, não duvido que aparecerá - aqui e em muitas outras localidades.

1:53 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Estou-me a passar.

Mas afinal para que servem os diques?

1:19 da tarde  
Blogger Ponto Verde said...

Não se quiz gastar mais, deixou-se a obra incompleta e agora vai-se gastar o que se deveria ter gasto, mais o que se gastou por se não ter gasto , mais um pouco... e não gastou e o que as ondas destruiram... pura economia lusitana, poupar no farelo para gastar na farinha , mas agora com a bênção do Professor, afinal Ele sempre existe caro MST.

Anda por aqui um lente que resolve tudo com diques, não seria má ideia, mas para os encher aconselhava usar o entulho das implosões do que por aí está mal construído nos últimos trinta anos, a começar por aquele inenarrável Centro Comercial onde era o "Costa Nova" , toda aquela frente de betão possidónio na zona da Praia Nova, a Torre das Argolas , o Silcentro e Afins, mas vão pedir dinheiro para tal ,não aos contribuintes, mas por exemplo aos Serra e Irmão Limitada e aos outros coveiros da Costa de Caparica...

Gostaria de saber também o que contribuem ambientalmente os concessionários dos parques de Estacionamento de S.João, e que percentagem da portagem que cobram, se destina à conservação ambiental do espaço e reforço dunar... do qual usufruem directamente e contribuem para a sua destruição assentando no cordão dunas estruturas que o alteram quer fisicamente quer nas correntes eólicas.

Também gostaria de saber o que contribuem os tendeiros ( a quem chamam Parques de Campismo) para a conservação dunar quem aloja as suas tendas que perduram Verão e Inverno num terreno que deveria ser de todos por Direito.

E quanto vai contribuir o PIN dos Capuchos para a conservação ra arriba fóssil já que vai contribuír para a sua destruição, depois, se calhar os mesmos que agora reivindicam diques, vão pedir a consolidação da arriba para conservar a Jóia arquitectónica (que antes de o ser já o é...) do arquitecto João Paciência.

Quem já começa a não ter paciência sei eu quem é, e cada vez são mais!!!

8:20 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro ignorante, esse nick assenta muito bem. Mas explica-me lá onde é que a costa da caparica tem estrutura fisica para se construir diques? Então se é para enfiar paredes de betão na costa, era o país inteiro ... não percebes que a costa portuguesa é diferente da costa holandesa? Aqui as correntes e a força do mar são muito maior que as da frente de mar da holanda? e para onde iam as praias?

Poupa nas asneiras e pensa um bocado por ti em vez de criares soluções ridiculas.

A diferença principal reside no facto de a holanda estar abaixo do nivel do mar... nós não estamos, por enquanto.

6:06 da tarde  

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