terça-feira, dezembro 19, 2006

PROTEGER A QUALQUER CUSTO ?

Após a discórdia gerada pelo último post, creio ser importante esclarecer todos os leitores acerca da opinião aqui descrita.

Enquanto cidadão residente na Costa de Caparica, sou o primeiro interessado em que a cidade seja preservada. Não haja a mínima dúvida em relação a isso. Aliás, o Governo e a Câmara Municipal, enquanto entidades que licenciaram o edificado existente, têm o dever e a obrigação de zelar pela sua preservação - ou providenciar compensação pelas eventuais mais valias perdidas.
Actualmente existe um paredão que protege de forma relativamente eficaz a cidade, coadjuvado pelos esporões que diminuem o impacto das ondas (embora demasiado curtos para retenção de sedimentos). Desta forma, não é ao acaso que os problemas causados pelas marés e ondas têm tido maior mediatismo nas zonas de São João e Cova do Vapor. Estas são áreas em risco cuja conjuntura, já descrita em outros posts e posta a nú ultimamente com as marés mais fortes, tem motivado várias interrogações.
Em primeiro lugar, importa questionarmo-nos acerca da viabilidade de meia dúzia de bares de praia que, por mais areia que se coloque á frente, estarão sempre à mercê das marés fora da época estival. A solução passa pelas estruturas leves de bares nos meses de Verão que sejam desmontáveis nos restantes meses do ano.

Segundamente, a Cova do Vapor - localidade referida no último post. Quantos milhões já se gastaram a proteger um bairro insalubre, com escassas condições de vida e completamente à mercê da fúria do Mar? Proteger é adiar o problema. Que se realoje quem lá vive permanentemente, transferindo-se ainda a rudimentar actividade pesqueira para a Trafaria. Muito dinheiro se pouparia.
A dinâmica marinha Atlântica na Costa é bastante intensa, incomparavelmente maior que nalguns países onde outro tipo de soluções foi possível - Holanda, Itália, etc. Importa por vezes descer à Terra e pensar em soluções eficazes e realistas. Por muito que custe aceitar a triste realidade que é, na actual conjuntura, ser naturalmente impossível a reposição natural das praias e dunas com areia. E não podemos cair no erro de querer proteger tudo.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bem dito.

4:54 da tarde  

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