quinta-feira, dezembro 21, 2006

ESPECIALISTA CRITICA MÉTODOS USADOS NA CAPARICA

Tal e qual já foi aqui mais que uma vez referido, o método utilizado para travar o avanço do mar em São João da Caparica é ineficaz, ineficiente e apenas irá adiar o problema. Além do mais, pela natureza das razões associadas a este fenónemeno, contribuirá ainda para agravar a situação a jusante. Leiam o que diz o "especialista"..

João Joanaz de Melo, professor na Universidade Nova de Lisboa, defende que a areia que está a ser retirada das praias do Norte vai levar o mar a «ir buscar areia a outro sítio, ou seja, às dunas», o que poderá fazer com que a destruição de 16 metros de duna que ocorreu na passada semana volte a acontecer.
Para combater este problema ambiental, o professor sugeriu que sejam aproveitadas as areias que são dragadas ciclicamente no porto de Lisboa, pois são «ideais para colocar nas praias».


No entanto, o presidente do Instituto Nacional da Água, Orlando Borges, quando explicou o processo de intervenção que iria ser feito na Costa de Caparica, disse à Lusa que o retirar de areias das praias para reforçar o cordão dunar destruído era «perfeitamente normal» e que a areia seria «reposta rapidamente pelo mar».
Uma ideia que João Joanaz de Melo contrapõe, justificando que os rios já não trazem areia suficiente até às praias e que por isso é que a zona da Caparica tem sofrido «grandes avanços do mar». Um avanço que, segundo um estudo da Universidade Nova a que a Lusa teve acesso, se salda em 410 metros desde os anos quarenta.


O especialista em gestão costeira e dirigente da associação ambientalista GEOTA explicou que a falta de areia nas praias, o mau estado das dunas e as alterações climatéricas dos últimos anos são as principais justificações para a erosão de 16 metros que ocorreu na duna. Além disso, a extracção de areia na zona da Cova do Vapor, nas décadas de 60 e 70, também contribuiu para que haja agora falta de areia no mar e nas praias.


Para Joanaz de Melo, estes fenómenos têm tendência a ser «cada vez mais frequentes» e «cada vez menos previsíveis» pelo Homem, assim, como o recuo da costa, pelo facto do clima estar a modificar-se de dia para dia.
Como possíveis soluções, o dirigente do GEOTA propõe a manutenção do campo de esporões que já existe na Costa de Caparica, a criação de barreiras rochosas submersas e a colocação de algas artificiais debaixo de água, de forma a reter a força das marés.

1 Comments:

Blogger Ponto Verde said...

Excelente trabalho. Boas Festas.

9:59 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home