sexta-feira, agosto 11, 2006

O COSTAPOLIS E A DEFESA DA LINHA DE COSTA II





Porém, várias interrogações se colocam. Antes de mais, é preocupante aferir que grande parte do Programa Polis se baseia na contenção do avanço do mar através das medidas referidas, não obstante a inevitabilidade da subida do nível médio do mar e a intensa dinâmica de ventos e ondulação registadas nesta área. Acresce ainda que a recarga artificial das praias não é uma solução permanente, estando sobreavaliada por técnicos, responsáveis políticos e pela população em geral.

De facto, a recarga artificial das praias é uma solução temporária, cuja temporalidade depende das condições naturais e da eficácia da monitorização. Existem ainda várias outras reservas, ligadas a factos que foram de certa forma menosprezados, como a elevada poluição no estuário do Tejo e nos sedimentos aí presentes, a competição com outras praias para receber os sedimentos dragados no Porto de Lisboa, a impossibilidade de plantar vegetação aglutinadora dos sedimentos e cordão dunar em virtude da separação entre este e a praia (pelo paredão), a importação maciça (e não faseada) de sedimentos e a não existência de um programa eficaz de monitorização do regime de areia.

Seria razoável face à envergadura destes procedimentos e sua complexidade, analisar de melhor forma a sua planificação através de estudos detalhados sobre cada um dos elementos envolvidos na problemática, integrados, por exemplo, num modelo de simulação da sua resposta face às condições naturais; ou um sistema bem planeado de monitorização constante, em especial por esta ser uma das áreas mais utilizadas para lazer da populosa Área Metropolitana de Lisboa.

1 Comments:

Blogger Ponto Verde said...

Excelente trabalho, um tema cada vez mais na ordem do dia.

6:27 da tarde  

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