MARKETING TERRITORIAL II

Como demonstrado no post anterior, o Marketing é cada vez mais condição essencial numa estratégia de desenvolvimento territorial de qualquer cidade, região ou país. Mais que oferecer boas condições, é necessário vender uma imagem. A esse respeito, Portugal tem ainda um longo caminho a percorrer.

A Costa de Caparica tem um amplo mercado potencial no qual pode vender o seu produto. Em primeiro lugar, está a escassos 11km de Lisboa. Além da volumosa população que Lisboa e seus arredores actualmente possuem, é possível à Costa "agarrar-se" à marca e imagem de Lisboa e captar turistas e visitantes nos segmentos de city break, sol e praia e turismo cultural. Se pensarmos que Lisboa tem actualmente uma oferta escassa de camas tendo em conta a procura dos últimos anos, podemos antever imensas potencialidades a este nível. A proximidade ao Aeroporto de Lisboa é mais um factor a não menosprezar, e o advento das companhias aéreas low cost tem criado um novo e intenso fluxo de turistas. É fundamental incluir a Costa nos habituais roteiros turísticos da capital, direccionando a oferta para o turista estrangeiro e nacional com algum poder de compra, em oposição à actual oferta onde predominam turistas de "pé descalço" nos terceiro mundistas parques de campismo, e os visitantes lisboetas em constantes movimentos pendulares Casa - Praia - Casa, entupindo completamente as vias rodoviárias existentes.

Além de ser exequível potenciar esta proximidade a Lisboa, a Costa tem atractivos mais que suficientes para se distinguir e promover individualmente enquanto destino balnear de qualidade ao nível nacional e internacional. As dezenas de Kilómetros de praias são um património natural com um potencial de rentabilização económica extremamente elevado, embora deva ser aproveitado em moldes completamente distintos dos actuais. São as melhores praias da região de Lisboa e, não obstante ser cada vez mais diversificada a oferta turística em Portugal, o sol e praia é e continuará previsivelmente a ser o produto turístico predominante.

O Clima e a Segurança. Tendencialmente, gostamos em Portugal de realçar os pontos negativos e negligenciar os positivos. No caso do clima, creio que é consensual que temos condições climáticas claramente favoráveis. Em termos de segurança, e apesar da insegurança propalada pelos media e até população em geral, temos uma taxa de criminalidade muito inferior à média europeia. E, falando em termos comparativos com os competidores directos ao nível internacional no segmento sol e praia, temos um paraíso comparando com os problemas vividos por exemplo no Brasil, Magrebe e Médio Oriente.