segunda-feira, julho 31, 2006

A IMAGEM DA COSTA DE CAPARICA


Estando hoje a almoçar num restaurante da Rua dos Pescadores, não pude deixar de reparar na conversa de uma francesa luso-descendente sentada na mesa ao lado, queixando-se que " na Costa de Caparica é só prédios ". Mais à frente, a mesma turista referia que pretendia um local menos densificado urbanisticamente. Ou seja, queria um destino turístico de qualidade onde não existisse construção indiscriminada em tudo quanto é sítio.



Da mesma forma, devem pensar grande parte dos milhares de turistas que actualmente nos visitam. Sim, milhares. Porque milhões são os visitantes, que mais não são que pessoas da Grande Lisboa sem dinheiro e/ou disponibilidade para usufruirem de um destino balnear mais distante, gerando uma corrente de movimentos pendulares estival e também no resto do ano, especialmente aos fins-de-semana/feriados. Ora, um turismo de qualidade não é complacente com esta massa enorme de pessoas que entopem de forma desproporcionada todo o comércio, serviços, transportes e, mais grave de tudo, degradam as nossas praias com uma utilização tal que excede imensas vezes a capacidade de carga aconselhada para estas. Acresce ainda a já mencionada especulação urbanística, e a imagem completamente betonizada que a cidade da Costa de Caparica actualmente possui.

Um constrangimento sério para a "Praia do Sol"..

LENDA DA CAPARICA I


A primeira lenda remonta a tempos bastante remotos, quando toda a extensão litoral a sul do rio Tejo era praticamente deserta, existindo aqui e ali pequenos casais e habitações isoladas, para além de dois povoados: o "Monte", localizado no interior, e a "Costa", junto ao mar.No interior as pessoas dedicavam-se à agricultura, à produção de vinho e à exploração dos recursos provenientes dos vastos pinheirais próximos; no litoral predominavam as actividades ligadas à faina piscatória.

De geração em geração, através da tradição oral, passou uma velha história acerca de uma senhora bastante idosa que viveu na área interior, sem conhecimento de qualquer família, origem ou rendimento. A idosa habitava um velho casebre, afastada da população do povoado, especulando esta sobre os possíveis motivos do seu surgimento e mesmo sobre a sua alimentação, nunca tendo exercido qualquer ofício nem adquirido quaisquer géneros alimentícios a ninguém.Todos os dias a idosa fazia longas caminhadas na zona, eternamente envolta numa longa capa que envolvia por completo a sua pessoa e qualquer possível detalhe da sua figura física. Este modo de vida, a inexistência de laços de amizade com alguém e as pouquíssimas palavras proferidas geraram um rumor de que esta personagem devotava-se à bruxaria e à prática de outros ritos bizarros.

Na Primavera, as ausências aumentavam, e as crianças pensavam que o interior da capa ocultava uma vasta fortuna em moedas de ouro, dizendo-se que esta capa era rica, uma capa-rica.Numa Primavera que o tempo não recorda o ano, a idosa sentiu que os seus dias estavam a terminar e transmitiu o desejo de que a sua capa fosse entregue ao Rei de Portugal, utilizando-a da melhor forma possível em prol da população local.Finados os seus dias, pouco tempo depois, a população apressou-se a cumprir o seu último desejo, atendendo à sua reputação de feiticeira.O Rei de Portugal, ao abrir tal capa, deparou-se com um recheio de douradas flores de acácia, colhidas no vasto acacial que ainda hoje existe na zona litoral localizada entre a Trafaria e a Fonte da Telha. Pasmo e profundamente emocionado com esta história, o Rei proclamou a riqueza daquela capa única, uma capa-rica, dando origem ao topónimo Caparica, e ordenou igualmente que fosse erigida uma igreja, a Igreja de Nossa Senhora do Monte, conferindo a toda a área a designação de Caparica. ( www.m-almada.pt)

sábado, julho 29, 2006

O PROGRAMA PÓLIS


Foram ontem inauguradas em Portalegre as obras do Programa Polis da cidade, que ao todo custaram cerca de 17,5 milhões de euros. José Sócrates esteve presente na cerimónia e garantiu o investimento nas políticas de requalificação urbana nas cidades. O primeiro-ministro, José Sócrates, garantiu ontem que o investimento em políticas de requalificação urbana nas cidades vai continuar após a conclusão dos programas Polis, em 2008, mas admitiu alterações ao seu financiamento. (in "O Primeiro de Janeiro")

Instrumento importantíssimo para a realização de intervenções nas vertentes urbanísticas e ambiental em várias cidades por todo o país, o Pólis já entrou na fase terminal com muitos dos projectos já em fase de rescaldo.

Então e a Costa da Caparica ? Provavelmente o mais premente de todos, não há maneira de o CostaPólis avançar. De acordo com a mesma notícia, "oito anos depois de ter sido criado, apenas 57 por cento das obras incluídas no Programa Polis foram terminadas, prevendo-se que todas as intervenções estejam concluídas até 2008, excepto na Costa de Caparica".

Enquanto todo o país beneficia do Pólis, a Costa da Caparica traduz a incapacidade sequer de se iniciar uma obra unanimemente considerada fulcral para o desenvolvimento da cidade. Voltarei ao assunto nos próximos dias..

quarta-feira, julho 26, 2006

O COMEÇO DE UM NOVO FUTURO



Com a criação deste espaço espero que finalmente exista um blogue que dê voz às preocupações de todos os que vivem ou se interessam pelas questões que afectam a bela cidade da Costa de Caparica. E não são poucas ! Pólis, falta de areia nas praias, desorganização urbana, problemas sociais, massificação do turismo...entre muitos outros e que impedem a Nossa cidade de ser uma referência nacional e até internacional ao nível do turismo e da qualidade de vida.

Espero desta forma contar com o contributo de todos para que se mude a Costa da Caparica - para melhor !