segunda-feira, outubro 30, 2006

MARKETING TERRITORIAL


O Marketing Territorial pode ser visto como um instrumento de apoio às estratégias de desenvolvimento das cidades, principalmente no contexto do planeamento estratégico, capaz de ajudar a gerir melhor as condições e os recursos a longo prazo. Mais concretamente, compreende a análise, planificação, execução e controlo de processos concebidos pelos actores de um território, de modo mais ou menos concentrado e institucionalizado, que visa, por um lado, responder às necessidades e expectativas das pessoas e das entidades e, por outro, melhorar a qualidade e a competitividade global de uma cidade (e o território adjacente) no seu ambiente concorrencial.
Num Mundo ferozmente competitivo, não basta a uma cidade/região/país ter um ambiente económico, social e ambiental propício às actividades económicas. É imprescindível que cada competidor territorial se venda, utilizando inúmeros instrumentos que no total são o produto de uma estratégia coerente, pragmática e objectiva de marketing territorial, visando projectar os actuais e futuros trunfos de um determinado território como alavanca do seu próprio desenvolvimento económico e social. Potenciar o que é bom, minimizar o que é mau e criar uma imagem de marca positiva.
Em termos turísticos, Portugal tem tido a concorrência de destinos turísticos de baixo custo como a Turquia, Tunísia ou mesmo o Brasil. Com relativamente boa qualidade e preços impossíveis de igualar, destinos como estes são, em termos internacionais, extremamente competitivos. Importa apostar na diferenciação qualitativa para que seja possível oferecer um produto turístico dissemelhante e segmentado. O destino Portugal associado ao Golf é disso um bom exemplo.
A Costa de Caparica é uma das muitas cidades do país que subsistem à custa da actividade turísitica. Como princiapais vantagens competitivas temos a proximidade a Lisboa, o clima (diferenciador, mesmo no contexto da Área Metropolitana de Lisboa), as extensas praias e a paz/segurança. Pontos fracos - o desordenamento urbano, habitação clandestina, avanço do mar e desaparecimento das praias, escassa oferta hoteleira de qualidade e o indispensável mas interminável Polis.
Apesar dos muitos constrangimentos, a Costa tem vantagens competitivas suficientes para ser um destino turísitico de excelência. É necessário "vender" esta cidade, criar uma imagem sólida e positiva, e potenciar o que é bom e único, num contexto nacional e internacional!

domingo, outubro 22, 2006

PPAFCC SALVAGUARDADA DE INCÊNDIOS

Neste blog discutiu-se já o descuido com que têm sido tratadas as questões ambientais no Concelho de Almada, em particular no que concerne à PPAFCC. Contudo, e apesar de algumas situações gritantes ao nível da edificação clandestina e excessiva utilização do cordão dunar pelos banhistas e automóveis, a área florestal desta área protegida tem sido mantida e salvaguardada do flagelo dos incêndios. De facto, é preciso voltar atrás bastantes anos para nos lembrarmos de um incêndio de dimensões significativas por estas bandas.

"Dos 560 hectares de mancha florestal que o concelho de Almada possui, menos de um hectare ardeu (0,8200) em 2006, o que revela os “bons resultados deste ano”, que se deveram sobretudo “à presença no local de meios de combate e ao reforço na vigilância”, sublinhou o vereador da Protecção Civil, Henrique Carreiras, durante a apresentação do balanço do programa de prevenção de fogos florestais 2006 – ‘Operação Floresta Segura/Floresta Verde’.
Em 2006 arderam no concelho de Almada 9,3 hectares. Menos de um hectare reporta-se à Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica (PPAFCC), referindo-se o restante a “zona rural agrícola”, nomeadamente a “lixos, fenos, canaviais e incultos”. Um resultado “excelente” num concelho com cerca de 70 quilómetros quadrados, o que faz de Almada “um exemplo para o país”, considera o vereador.

Por outro lado, uma questão que tem vindo a preocupar a autarquia é a “crescente prática de bruxarias sobretudo na zona da Mata dos Medos”, em que são usados “velas e fogueiras que muitas vezes podem estar na base de alguns focos de incêndio”, nota Henrique Carreiras.

1310 bombeiros, 2090 GNRs, 192 voluntários e nove elementos do ICN (Instituto da Conservação da Natureza) participaram na operação. Entre Maio e Outubro fizeram a revisão da rede de incêndios, vigilância, recolheram 52 toneladas de fenos, matos e incultos, limparam as bermas das estradas, colocaram sinalética (de alteração de trânsito e de proibição de fogueiras) e realizaram a manutenção e recuperação de caminhos. Uma operação com um custo de cerca de 40 mil euros."


Valeu a pena o trabalho de prevenção e fiscalização. Numa área florestal pretendida por meio mundo de empreteiros e imobiliários, pouco arde anualmente. Nada disto é fruto do acaso e tudo resulta de um trabalho sério e que se espera ter continuidade para que nos possamos vangloriar anualmente de reduzida mancha florestal ardida. Ao invés, no resto do Concelho "incendeiam-se" as áreas verdes com cimento e betão, os quais têm um efeito muito mais arrasador: impermeabilizam solo que nunca mais será recuperado.

quarta-feira, outubro 18, 2006

NOVO PLANO DE ORDENAMENTO DA PPAFCC


Nesta última semana foi noticiada a aprovação por parte do Governo da elaboração de mais um Plano de Ordenamento da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica. Ordenamento é algo que não abunda nesta Paisagem, dita protegida mas que na prática apresenta, sobretudo nas Terras da Costa, situações recorrentes de edificado clandestino, hiper utilização de químicos na agricultura, sobreutilização das praias, entre muitos outros casos de má/falta de gestão territorial.


A este respeito, e em conformidade com a tecno e burocracia que abunda em Portugal, elaboram-se planos que num plano teórico são os melhores do Mundo e na prática nada acrescentam. Existe reduzida fiscalização, falta de medidas concretas e, recorrentemente, alteram-se os planos desvirtuando por completo os pressupostos dos documentos. A propósito desta problemática, cito o post do blog http://plataformappafcc.blogspot.com/ onde é discutida a PPAFCC e sua classificação.

"A Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica foi criada pelo Decreto-Lei 168/84, de 22 de Maio, em virtude do elevadíssimo valor ambiental existente nesta área. Em 1993, com a publicação do Decreto-Lei 19/93, de 16 de Janeiro, as Áreas Protegidas viram o respectivo estatuto de classificação, enquanto áreas especiais para a conservação da natureza, bastante alterado e na generalidade encontram-se já reclassificadas, isto é, ajustadas ao novo Sistema Nacional de Áreas Classificadas ( que inclui áreas de interesse nacional, como parque nacional, reservas naturais e parques naturais, e áreas de interesse regional, local ou biológico, e também as ZPE e a rede Natura 2000. As Aps reclassificadas possuem planos de ordenamento aprovados ou em fase de publicação o que permite a sua dotação , conjuntamente com meios orçamentais, materiais e humanos, de instrumentos eficazes para a prossecução dos objectivos nacionais de conservação da natureza e promoção da biodiversidade; de igual modo, também a rede Natura 2000 avnçou para a concepção de planos de gestão sectorial, para que a sua implementação seja uma realidade e não apenas um conjunto de intenções das respectivas propostas de classificação.Mas 21 anos e três versões de plano de ordenamento depois , a última das quais data de Setembro de 2000, aguarda-se a reclassificação da PPAFCC, que vem sendo perseguida e promovida pelos seus dirigentes e responsáveis (12), questionando a tutela do MAOTDR (6 governos); a AP que hoje é motivo de debate permanece sem reclassificação 12 anos além do previsto na lei, sem plano de ordenamento, com cada vez menores orçamentos anuais e menor quadro de pessoal, muito menos condições efectivas para proteger os valores naturais que determinaram a sua criação. Pelo contrário, os interesses e as pressões do chamado desenvolvimento e do progresso crescem todos os dias e avançam aceleradamente sobre este pedaço de território, quais exércitos romanos sobre a irredutível aldeia de gauleses…Conhecemos os planos do Polis, o POOC, os planos estratégicos da Península de Setúbal e da Caparica, etc.etc, sabemos dos alvarás de novos loteamentos e dos processos de Avaliação Ambiental do prolongamento do IC 20, agora estrada nacional 377-1, e da CRIPS- IC 32, e de tantos outros mega projectos imobiliários de ghetos de luxo, que visam privatizar o património natural, mesmo o classificado de interesse nacional ou europeu, mas não sabemos de nenhuma poção mágica que permita resistir e combater os poderosos exércitos em marcha, outra que não seja a da participação cívica.Pertinente é, pois , debater os futuros da Ap , desta e de outras, mesmo aqueles futuros do único rio português sem barragens, e fazê-lo na perspectiva de que as Aps existem porque têm valor intrínseco e valor para os que dela usufruem e que as querem administrar como herança colectiva e como projecto social.Para que este debate tenha consequências e seja consequente com o seu lema ( o futuro ) importará ter presente as palavras do filósofo José Gil e promover a “inscrição” desta e de outras Áreas Classificadas na existência do quotidiano de todos nós e talvez perdermos o medo de existir."

A PPAFCC é, apesar de tudo, a última área ambientalmente preservada do Concelho de Almada. As pressões para a "atacar" são imensas e a Câmara de Almada e restantes entidades privadas e públicas esperam ansiosamente por uma oportunidade para expandir o cimento. Não nos tirem o que de bom nos resta...

sexta-feira, outubro 13, 2006

O QUE CORREU MAL NA COSTA DE CAPARICA II

À boleia da expansão urbanística da Margem Norte da Península de Setúbal e, em particular, do Concelho de Almada, a Costa de Caparica sofreu uma autêntica revolução que acompanhou a lógica de construção completamente ilógica induzida pelo poder económico, em estreita ligação com o poder político.

A outrora pequena vila tem a sua origem no Terramoto de 1755 que criou condições para a sua habitabilidade, tendo sido até meados do século XX uma vila sobretudo piscatória e agrícola, embora o turismo fosse cada vez mais proeminente dado o evidente potencial existente.

E, tal como aconteceu em muitas outras localidades do nosso litoral, a Costa foi paraíso das construtoras durante anos a fio - novas urbanizações, primeira ou segunda residência, turismo massificado e densificação urbanística. Projectos como a Torre das Argolas com quase 20 andares sao elucidativos da política urbanística que fez com que a Costa se expandisse e tornasse neste emaranhado de edifícios feios e mal enquadrados.


Alguém se recorda do bloqueio com tractores feito pelos rendeiros da Costa às máquinas preparadas para urbanizar grande parte das terras adjacentes à Torre das Argolas e terminal dos autocarros ? São casos paradigmáticos da luta entre poder económico e financeiro, e agricultura e ambiente. Santo António da Caparica tinha até há alguns anos quintas, agricultura e qualidade de vida. Actualmente é um bairro dormitório onde todo e qualquer palmo de terra foi urbanizado, num ensaio para o que a Câmara de Almada pretende fazer nas Terras da Costa.
Em suma, construiu-se e constroi-se, em altura e de forma densificada, sem quaisquer noções de estética ou ordenamento territorial e a reboque das receitas fiscais. É vergonhoso pensar no que era todo o Eixo Costa de Caparica - Almada e no que ele se tornou. A Costa de Caparica é só o exemplo acabado de um péssimo planeamento urbanístico, culminando na problemática da defesa da linha costeira para a qual ninguém se dignou preocupar aquando do licenciamento de centenas prédios ao longo das actualmente arrasadas dunas da Costa.

quarta-feira, outubro 11, 2006

O QUE CORREU MAL NA COSTA DE CAPARICA ?

Damos hoje início a uma sequência de posts no qual serão abordados temas sensíveis e explicativos em grande medida do insucesso da Costa de Caparica enquanto destino turístico e local de residência. Nos comentários, esperamos que colaborem e acrescentem informação e opiniões às apresentadas aqui no blog. Para qualquer outro assunto, não hesitem em contactar o caparicafuturista@hotmail.com

Em primeiro lugar, é necessário mencionar a conjuntura potencialmente positiva mas que na prática se traduziu em negativa, referente à construção da Ponte sobre o Tejo e toda a pressão urbanística que se verificou na Margem Norte da Península de Setúbal, inclusive na Costa. Com efeito, o Concelho de Almada conheceu em meados do século XX um crescimento demográfico e urbano brutal, o qual não acompanhado de crescimento económico que o pudesse sustentar. Em grande medida, especulou-se no mercado imobiliário e construíu-se para gerar mais valias a todo o custo, criando bairros dormitórios gigantescos onde a qualidade de vida é péssima.

Temos hoje uma densificação urbana absurda com continuação nos dias de hoje, sem que ninguém na Câmara de Almada tenha ainda acordado para o problema que temos em mãos. Em todo o trajecto do IC20 - vulgo Via Rápida da Costa - vêem-se actualmente resquícios de uma outroura predominância de quintas, herdades e explorações agrícolas, agora rodeadas de vivendas e construção avulsa que caminha para um contínuo urbano Costa de Caparica - Almada. É criminoso verificar que estas são as melhores áreas agrícolas do Concelho (solos com classificação A - muito produtivos), mas que têm dado progressivamente lugar ao cimento e tijolo.
Como exemplos temos a expansão urbana no Funchalinho, onde mais fogos existirão em breve, e a megalómana Aldeia dos Capuchos que pelo andar da coisa será mais um condomínio privado com falta de compradores. Tudo isto somado, temos um Concelho de Almada ultra densificado urbanisticamente e onde o poder autárquico segue o mesmo modelo de (sub) desenvolvimento há mais de 30 anos.

segunda-feira, outubro 09, 2006

CLIMA - UMA VANTAGEM COMPETITIVA


Dias como o de hoje lembram-nos o Verão. Estamos em meados de Outubro, a temperatura quase chegou aos 30 graus e o céu sempre limpo. Apesar de não ser uma situação normal para esta altura do ano, também não o é anormal.

Numa prespectiva mais técnica e "climática", podemos afirmar que as regiões de clima mediterrânico - onde se inclui a Costa e grande parte de Portugal Continental - combinam Verões quentes e secos com Invernos frios e relativamente chuvosos. A precipitação ocorre sobretudo nos meses mais frios, embora seja por vezes intensa nas estações intermédias - Outouno e Primavera. Pelo contrário, na maioria dos restantes climas a época mais chuvosa corresponde normalmente à estação mais quente.

A partir desta sucinta explicação, podemos explicar uma das razões pela qual milhões de turistas procuram anulamente o Sul da Europa e Portugal - a procura de sol e calor.

Incluída nos destinos turísticos da Grande Lisboa, a Costa de Caparica apresenta-se com um potencial ainda mais exacerbado em termos climáticos. Passo a explicar.

Ao longo dos anos tenho reparado num fenómeno bastante interessante, onde simultaneamente o estado do tempo é nublado/chuvoso em Almada e Lisboa e solarengo na Costa de Caparica. Nem sempre tal acontece, mas muitas vezes acontece. Não tendo acesso a dados precisos que sustentem esta argumentação, posso apresentar uma explicação para o facto.

A Costa está sensivelmente ao nível do Mar, ou seja, a muito baixa altitude, e encontra-se rodeada a Este pela Arriba Fóssil que, apesar de modesta em altitude, não é negligenciável em termos meteorológicos. Por outro lado, a Serra de Sintra forma uma barreira contra as massas de ar vindas de Norte e que de outra forma chegariam mais húmidas e de forma mais célere à Costa. Queria frisar que não tenho sustentação científica para o afirmar, mas creio que a Costa apresenta uma situação climática e geográfica ligeiramente diferente da região que a rodeia, com mais horas de sol e temperatura mais amena.

Num Mundo cada vez mais competitivo, Portugal deve apostar cada vez mais na valorização das suas vantagens, entre as quais o clima. A Costa tem que potenciar os seus dois maiores pontos fortes: as praias e o clima. Existe um potencial imenso, e não há quem o saiba aproveitar.

P.S. - Por imperativos de tempo não pude ser tão assíduo na actualização do blog como gostaria, mas prometo inverter a situação a partir de hoje.

quinta-feira, outubro 05, 2006

FISCALIZAÇÃO NAS PRAIAS



Os frequentadores das praias da Costa de Caparica sabem das especificidades existentes nesta nossa Costa. As correntes, fundões, ondas e pontões são perigos que ja retiraram muitas vidas e às quais ninguém está imune. Em razão deste contexto, foi promulgada e aplicada a legislação em vigor desde 7 de Junho deste ano, a qual prevê multas para titulares de concessões de praia, banhistas e nadadores-salvadores que não cumpram determinadas normas. O resultado foi o seguinte:

Uma pessoa que nadava com a bandeira vermelha e outra que gritava por um megafone um falso alerta de tsunami foram os dois únicos banhistas alvo de processos de contra-ordenação este Verão nas praias da Costa da Caparica.
A Marinha divulgou hoje as contra-ordenações instauradas pela Polícia Marítima na última época balnear nas praias da Costa da Caparica, Almada, acrescentando que os processos estão ainda em curso e poderão levar à aplicação de multas de até 550 euros, no caso dos banhistas.
De acordo com a Armada, a Polícia Marítima, que tem competências de fiscalização e aplicação das coimas, instaurou ainda nas praias da Costa de Caparica processos de contra-ordenação a um nadador-salvador e a quase metade dos bares/restaurantes de praia.
O nadador-salvador, encontrava-se mal fardado e fora da área de vigilância e socorro da praia.
Dos 58 bares/restaurantes de praia existentes na frente marítima da Caparica, 23 foram alvo de processos de contra-ordenação, sendo que alguns deles tiveram mais do que um processo, consoante o número de infracções cometidas ao longo da época balnear.
No total, segundo a Marinha, foram instaurados 48 processos de contra-ordenação a titulares de concessões de praia por infracções como falta de nadadores-salvadores, licenciamento camarário, ocupação abusiva do domínio público marítimo e funcionamento dos estabelecimentos fora do horário permitido.
De acordo com a lei, cada uma destas infracções pode ser punida com uma coima variável entre os 250 e os 2.500 euros.
Para os banhistas e nadadores-salvadores, as coimas oscilam, respectivamente, entre os 55 e os 550 euros e entre os 100 e os 1.000 euros.


É preocupante aferir que quase metade dos bares e restaurantes da frente marítima foram alvo de contra-ordenações, numa situação já aqui relatada e considerada preocupante em anteriores posts. Por outro lado, uma multa em 4 meses de época balnear por entrada na água com bandeira vermelha é um facto caricato. Milhares de banhistas foram à água nestas condições e apenas uma coima aplicada, o que consubstancia uma situação recorrente em Portugal - fazem-se as leis, esquecendo-se a sua aplicação e fiscalização.

Apesar dos inúmeros progressos feitos nesta matéria em Portugal e, no caso, nas praias da Costa de Caparica, há ainda muito a fazer. Urge sensibilizar a população para os perigos existentes e aplicar a legislação existente, que serve não para atrapalhar o turismo mas para tornar as praias mais seguras.

terça-feira, outubro 03, 2006

O COMBOIO DE PRAIA

Com décadas de idade, o comboio turístico de praia continua a ser um dos marcos da Costa. Ligando o centro da cidade às praias a sul até à Fonte da Telha, apresenta um elevado valor turístico e afirma-se como um óptimo modo de transporte: relativamente limpo, seguro, rápido e eficaz.

Contudo, é inverosímil como um equipamento destes não é actualizado ou renovado há anos a fio! As composições, linhas, bilheteiras e tudo o resto são obsoletos, não se reflectindo este facto no preço - 4€ !! O que poderia ser uma forma de afastar os carros dos lotadíssimos parques de estacionamento das praias a Sul, é afinal um esquema para sacar dinheiro ao turista e ao viajante. Forma alternativa de transporte não é, pois tem horários demasiado espaçados e rígidos, assim como uma capacidade bastante inferior à procura.

O inenarrável Polis prevê a alteração da estrutura do comboio de praia com a duplicação da linha - para permitir dois comboios em circulação ao mesmo tempo - e uma modernização das carruagens. A isto terá que se associar uma diminuição do preço, ganhando em escala o que se perde por passageiro singular. A solução para o caótico trânsito em direcção às praias terá que ser resolvido em grande parte por este comboio e/ou por formas alternativas de transporte, nunca com mais estradas. Não é possível ter mais carros!

São as soluções "inteligentes" das Câmaras Municipais, neste caso a de Almada, onde todos os problemas se resolvem com betão e alcatrão. Que se aposta a sério no que existe, num comboio de praia de qualidade, ao serviço dos caparicanos.